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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Perdido




Deste corda louca ao meu coração,
Esperei tanto tempo por ti,
E mesmo sem dar por isso
Por pouco,
Por pouco mesmo, não o consumi.

Foi do teu olhar a saudade,
A saudade de um amor que não vi.
Fui vivendo sem dar pela vida,
E num minuto,
Num minuto apenas, envelheci.

Procurei em vão paraísos perdidos,
Adivinhando Édenes que em ti desabrochariam.
Só estilhaços de quimeras, enfim beijei...
E mil vezes perdido,
Perdido sei que nunca te encontrei.

Porque nem as flores eram românticas,
Nem o fundo de uma garrafa me fez esquecer,
Que a lua fitada do telescópio intimida;
E assim me vi só,
Só, no dia em que deixei de te ver.


© Alexandre Alves-Rodrigues 2013