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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Um Abraço Teu








Ah, como um abraço teu,                                            
Por um instante que fosse,
Nas margens ocultas do meu peito,
Salvaria num só arroubo
Meu estranho mundo,
Em um segundo mais-que-perfeito.

Chegaria um mero braço teu 
- Como arma letal de eterna afeição -
A minha cabeça nua apontado
Para arrear tão estranha bandeira,
Hasteada de exproba invasão,
Num dia em que se achou deserto meu coração.

E bastaria decerto uma de tuas mãos,
Ou mesmo um dedo que fosse, 
Para expulsar tão negras trevas,
Pôr um fim ao pesadelo
Desta moribunda e náufraga alma;
Ser o começo enfim, de um amanhã de calma.

©Alexandre Alves-Rodrigues 2015

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