Ah, como um abraço teu,
Por um instante que
fosse,
Nas margens ocultas
do meu peito,
Salvaria num só arroubo
Meu estranho mundo,
Em um segundo
mais-que-perfeito.
Chegaria um mero
braço teu
- Como arma letal
de eterna afeição -
A minha cabeça nua apontado
Para arrear tão
estranha bandeira,
Hasteada de exproba
invasão,
Num dia em que se
achou deserto meu coração.
E bastaria decerto
uma de tuas mãos,
Ou mesmo um dedo
que fosse,
Para expulsar tão negras trevas,
Para expulsar tão negras trevas,
Pôr um fim ao pesadelo
Desta moribunda e náufraga alma;
Ser o começo enfim,
de um amanhã de calma.
©Alexandre Alves-Rodrigues
2015
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