Sou de um país feito de brumas
Filho de antigos arquipélagos,
Sal em corpos de náufragos
Que se espraiam nas espumas.
Sou passado distante, ferida aberta
Punhal feito ponte, ponte abraço
Sombra perdida na saudade deserta
Forasteiro sou de todo o regaço.
Fui branca torre, baluarte distante
Disparei longe olvidado canhão
Descarrego rajadas de noite no silêncio
Certeiras alcançam nenhum coração
Meus olhos são dois horizontes molhados
Minha vontade, navio naufragado
Serei para sempre feio consternado
Mergulhado em pélagos passados.
Sou de um país feito de brumas
Filho de antigos arquipélagos,
Sal em corpos de náufragos
Que se espraiam nas espumas.
©2016 Alexandre Alves-Rodrigues
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