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©Ricardo Silva 2013 |
Neste dia tempestuoso vagueio pela Serra da Arrábida. A doce Arrábida debaixo de um céu cinzento de muitas chuvas, reflectindo nas suas águas a cor turquesa que a torna tão bela. E atravesso-a, penetrando a humidade saturada, a pensar em ti. Quis telefonar-te, deixar mensagem a desejar um bom ano, muita saúde e todos os chavões e clichés que se trocam por estes dias e que me soam tão vazios. Tão vazios quanto as nossas existências, ano após ano. Mas o que eu queria realmente, de verdade, era encontrar-te. Saciar todos estes anos perdidos, lavados pelas chuvas, esmagados pelas rochas soltas que as falésias da vida foram soltando, e fugir. Fugir contigo debaixo deste temporal. Nunca antes desejei tanto partir, em busca de uma aventura, aquela que tanto queremos, completa, constantemente adiada pela vida e os seus contratempos, que nos livre da rotina para sempre.
Mas que cobardes somos. Que cobarde sou, que nem consigo ter coragem de te telefonar ou deixar mensagem a desejar-te simplesmente um Bom Ano.
©Alexandre Alves-Rodrgues 2013
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