Quantas vezes me deitei a pensar nesses olhos negros,
Eternidades arrastei pensando no que me
disseste.
E quantas mais carreguei por ter fugido
dos escombros
Por saber tão bem que no meu coração sempre
coubeste.
Quanto tempo meditei nos dias que passámos
juntos,
De tal modo que me esqueci de me esquecer
de ti?
Quando apenas me enganava rosnando amores
defuntos,
Nas horas que levei a recordar de me recordar
de ti…
E por demais ao descrever-te ainda sinto o
teu cheiro,
Tal como a sensação de te ter feito sofrer,
não me sai da mente.
Crava-me um punhal no coração, agora és de
outro cavalheiro,
Sei que já perdoaste erros imperdoáveis,
provavelmente …
Perdoa o meu. O de por ti um dia me ter
apaixonado.
Por ter desvanecido quando resoluta me
recusaste.
Quis ser o teu príncipe, o teu escravo ou
mesmo criado,
Não foi por mal. Será que de tal jeito cogitaste?
Ficou tanto por dizer, gostaria de ouvir
as tuas razões,
Saber mais do teu porquê, se deixavas a
porta aberta.
Gostaria que me entendesses, quero saber do
teu depois.
Ausentei-me à maior prova de amor por uma
mulher:
A de não lutar por ela.
A dúvidas eram tão grandes que me
aferrolhei nelas,
Acabei espalhado pelo mundo em desiludida solidão.
Como as cinzas do finado, no altar ardendo
em velas,
Negando a quem veio a chave secreta do meu
coração.
©2012 Alexandre Rodrigues
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