Andam por aí uns sacanas a gozar há muito connosco.
Há vinte e tal anos a chupar-nos a todos, desde a pele até ao osso.
Já haviam em tempos chupado, o tutano aos nossos pais tios e avós,
E agora vêm-nos exigir, da merda que fizeram; desatem vocês os nós!
Alguns desses sacanas, cobardes para longe fugiram;
Uns para Paris, outros para as areias brancas do Sal.
Outros ainda para lá da foz do Zaire,
Congeminar, os malfeitores, como acabar de vez com Portugal.
Aguentem! Dizem os sanhudos que ficam, ainda a gozar,
Pagando-nos em metades de secas migalhas,
Dos restos do banquete que souberam devorar.
Fizeram a fortuna sem custos, preguiçosos, nem mesmo a trabalhar.
Os despojos, sempre pela falida Senhora garantido,
Mesmo quando nada mais havia para roubar,.
Deixaram as gentes na lama, a miséria, ui, sempre a alastrar.
Mas deixem que vos diga uma coisa;
Não há nada mais perigoso que o
homem que nada tem a perder,
Ele troca feliz as migalhas pelo fim dos sacanas,
E não tem medo de morrer!
Por isso não se pasmem, se por sorte ou por desdita,
Quando a sentinela adormecer;
Nessa fria manhã de Inverno, oh sina maldita!
O homem que nada tem a perder,
A uma alva parede encostar
Para lhes fazer o negro sangue jorrar!
©Alexandre
Rodrigues 2013
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