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domingo, 14 de fevereiro de 2016

Poema


Prenha de espessa insensatez
A pena daquele poeta proscrito,
Estranha musa um dia me fez,
Que amores de mim esse maldito?


E em que pátria de bruma se move?
Arcana como a de que sou cativa?
Há um sitio onde a distância morre
Num abraço demorado na noite furtiva.

Percorram-me inquietas suas pupilas,
Braços quentes, raios de sol aos molhos.
Estilhaçam-me o frio das melancolias
Sorrindo para mim seus meigos olhos.

Na Terra que nos separa caem ao chão,
No orvalho das tristezas, pétalas de flor.
Império decadente, quebradiço nas pontas
Assim é a sua ilusão de amor.


© Alexandre Alves-Rodrigues 2016

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