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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Nunca me ocorreu que pudesses ter medo de amar



Nunca me ocorreu que pudesses ter medo de amar
Um amor assim tão descompassado.
E ver num rosto as marcas de uma certa tristeza,
Carregado com morosidade,
Dos escombros de tão longa incerteza.

Nunca me ocorreu se o teu amor sequer existia
Num tempo verbal inadequado,
Ou no vazio triste de um fim de dia. 

Cruzei o teu caminho, decerto no tempo errado,
E apenas sou culpado por ter,
Do teu cheiro as flores frescas, me embriagado.

Nunca me ocorreu que os dias são de lonjura
E longos os rios que levam água à saudade,
De um substantivo feminino desacertado,
Nos teus olhos tão cheios de ternura.

Nunca me ocorreu que não que não me tenhas procurado,
Se porventura não havia sincronia.
Nem que o teu olhar cansado fosse de tanto chorar.
Tanto e tão pouco ficou por dizer,
Apenas e só por teres medo de me amar um dia.

© Alexandre Alves-Rodrigues 2014

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