Encore. ©Ricardo Silva. |
Na praia deserta da minha
solidão deste à costa.
Da nau dos desencontros naufragaste
E é na beira-mar desta saudade
extraviada
Dos perdidos que não
retornam
Que jaz teu corpo inerte e
sereno.
Trazes no flanco sinais que
o destino não apagou
E nas mãos a memória de um
rosto antigo,
Que se escapa como areia
ainda brilhante e cheia de luz
Por entre os espaços de um tempo
deixado em vazio.
Os teus olhos são uma arma
de amor
Que fere de morte quem se ousa
atravessar
Entre ti e o teu destino
velado,
Deslumbrando à passagem, a
tua beleza serena.
Na sombra fresca das
palmeiras anseias por tornar
Ao porto que nunca te viu sair,
Mas sabes que partiste para
nunca mais regressar.
E eu afogado dos desesperos
e das incertezas,
Há mil anos sem retorno, neste
mar de desolados, exilado das marés,
Baloiço impotente ao sabor
das ondas que me trouxeram a esse espraiar.
©Alexandre Alves-Rodrigues 2014
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