Esta noite sonhei com
romenos. Nunca na minha triste vida tinha sonhado com romenos. Já sonhei com
mortos-vivos, que voava, que caía, que andava de moto com os olhos enevoados,
enfim com muita coisa, mas com romenos, nunca (vejam bem, romenos, o rapaz
endoidou!!)Aposto que não existe nenhum português a residir em Manchester, Reino
Unido que tenha sonhado com romenos. Também não deve existir nenhum com a mesma
forte pancada que eu, aposto.
Pois bem, no meu sonho
havia uma partida de futebol entre um clube romeno ou a selecção romena, não me
lembro e uma qualquer outra equipa, que não interessa nem é para aqui chamada,
porque o sonho é meu e pronto. O mais caricato é que vinham autocarros e
autocarros cheios de romenos com ar de tudo menos de adeptos de futebol (que
têm um ar característico). Eram pessoas de meia-idade com ar de agricultores
portugueses (pronto agora é que fundiu os fusíveis este), de boné à agricultor,
casaco de cabedal preto à agricultor e calças de tecido à agricultor.
O pior é que me vejo de
repente, assim mesmo, de repente, num mercado nocturno cheio de romenos (os
tais dos autocarros) a vender peixe e marisco em caixas de madeira no mercado que
diziam pixiu e mariscu (no meu sonho aquilo era romeno para peixe e marisco,
pronto. Não sei romeno, só sei que é uma língua latina). O que é certo é que de
repente, outra vez, me vejo num autocarro vazio da Rodoviária Nacional (UTIC
AEC) sentado por trás do condutor, a queixar-me que isto está cheio de romenos,
que vieram para o jogo de bola, mas afinal se põem a vender pixiu e mariscu (o
desplante desta gente!) no mercado.
De repente (nos meus
sonhos passa-se de um sitio para o outro assim mesmo, sem linearidade) estou de
novo noutro mercado, acho que o de Bolton (tal é a loucura que vai nesta cabeça
quando dorme) e vejo uma excursão de romenos dirigir-se a mim a perguntar-me
como é que se ia para o jogo de futebol (pronto, mandem vir o colete-de forças
que este só lá vai assim). Eu disse-lhes: no mesmo autocarro que me trouxe
aqui! E eles: então é você que veio o caminho todo a falar mal de nós ao condutor
do autocarro romeno que nos trouxe (então não era da Rodoviária Nacional??) . E
pronto foi isto o meu sonho que foi interrompido pelo meu filho às três da
manhã a chorar.
A partir daí já não dormi
mais; fiquei o resto da noite numa espécie de torpor a pensar em romenos, no fuzilamento
do Ceausecu, no Palácio do Povo, em Dacias (que são bem baratinhos e vêm para o
Reino Unido em Janeiro do ano que vem), nas duas ex-alunas romenas a quem dei aulas
no ano passado, no Vlad Dracul (o empalador) e nas ciganas romenas que nos
querem lavar os vidros do carro nos semáforos à entrada da Mancunian Way.
Haja quem entenda isto. É
caso de psiquiatria, não é?
©Alexandre Rodrigues 2012
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