Partamos para mares profundos, desconhecidos
Vamos velejar, pelo incógnito sem tabu.
Vamos à ventura, descobrirmo-nos, perdidos
O vento sopra, eu comando, diriges tu.
Entra de mansinho no barco, agarra o leme
Enquanto eu alteio a imponente vela.
Largamos âncora deste cais perene
Partamos em busca da pimenta e de canela.
Sondando as águas arremesso o prumo
Levanta-se o vento, sopra no mastro,
Cavalgamos na crista da onda, perdemos o rumo,
É um oceano que nos encharca por arrasto.
De sorte que se vira o fustigado barco
Agora sou eu que dirijo, és tu que comandas
Mostras-me o caminho, perdido estou neste charco
Quando morrermos, já a lua descreveu seu arco.
Na espuma da rebentação desaguámos
Cansados da luta, dessa memorável tempestade,
O Sol no rosto, por fim descansámos
As marcas da refrega exibimos com conspicuidade.
Do barco que nos trouxe já pouco resta
Um mastro partido, no casco uma fresta.
Mas a Cupido, Neptuno e Zeus juntos afiancemos
Que a este mar revolto mil vezes voltaremos.
© Alexandre Rodrigues
2012
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