Um amor assim tão descompassado.
E ver num rosto as marcas de uma certa tristeza,
Carregado com morosidade,
Dos escombros de tão longa incerteza.
Nunca me ocorreu se o teu amor sequer existia
Num tempo verbal inadequado, 
Ou no vazio triste de um fim de dia. 
Cruzei o teu caminho, decerto no tempo errado,
E apenas sou culpado por ter, 
Do teu cheiro as flores frescas, me embriagado.
Nunca me ocorreu que os dias são de lonjura
E longos os rios que levam água à saudade,
De um substantivo feminino desacertado,
Nos teus olhos tão cheios de ternura.
Nunca me ocorreu que não que não me tenhas procurado, 
Se porventura não havia sincronia.
Nem que o teu olhar cansado fosse de tanto chorar. 
Tanto e tão pouco ficou por dizer, 
Apenas e só por teres medo de me amar um dia. 
© Alexandre Alves-Rodrigues 2014

Amei, até fiquei com os olhos cheios de lágrimas
ResponderEliminarObrigado Ana.
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