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sábado, 7 de novembro de 2015

Arritmia


Foto: Nuno Bossa. Arrábida



















 



Minha poesia
Longe de ser um horizonte definido
Perdido no meio das ilhas,
É arrítmica como um coração desfeito.
Nasce de um sentido profundo de incompletude
Como bruma que desce na noite.

E por vezes onde devia não se faz rima.
Onde devia ser céu é um velho e gasto chão
E navega por entre velhos rochedos perigosos
Num mar revolto de eterna perdição. 
Invoca histórias da infância
Não sei bem porquê…
Quer saltar muros e tem medo de o fazer.


A minha alma não existe
Os meus olhos têm o fulgor de olhos defuntos
Onde um espírito certa vez habitou.
E no entanto sou. E habito um corpo.
Feito de ossos, tendões,  carne e sangue,
Existe dentro de mim como que um mar de gravilha
Que não me afunda no mar, mas também não avança.
E nas artérias corre um saibro fino que tudo erode à sua passagem.
Como o vento e o mar na rocha desejando-a areia.
E eu como um afogado perco-me em mares revoltosos.


©2015 Alexandre-Alves Rodrigues

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