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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ode a um Portugal

Portugal, pais de branca luz que vive ‘a beira de um precipício chamado passado e uma parede chamada futuro.
Portugal pais de trapalhões, onde o roto aponta o dedo ao nu e onde ninguém tem espelhos para se reflectir.
Portugal pais de ladroes, onde os políticos roubam o Estado que rouba o Povo que rouba o Estado. E’ tudo uma questão de perspectiva. 
Portugal onde o Estado é (devia ser) laico, mas ainda ninguém percebeu isso nem mesmo aqueles que dizem que o Estado é laico.
Portugal pais com uma economia de brincar, com um governo de brincar, com pessoas a brincar e com crianças sérias que vão pagar no futuro os erros do presente.
Portugal do Ramalho e do Eça, que em nada mudou nos usos e costumes, nas festas caras e ostensivas dos ricos e das festas caras e populares dos pobres.
Portugal xenofóbico, que não tolera quem é diferente. Nem quem é diferente tolera quem é diferente. 
Portugal do haja feriados ‘a Terça e ‘a Quinta para eu meter mais um dia de férias para não ter de trabalhar.
Portugal dos “empresários” saloios que não têm consciência social. Não têm consciência.
Portugal sobrevivente que tem tido mais sorte do que juízo, e que para ir sobrevivendo assim mais vale não sobreviver.
Portugal de marinheiros sem barcos, de florestas sem árvores, de videiras sem uvas, de oliveiras sem azeitonas e de gente sem alegria.
Portugal de esquerda morta há vinte anos e direita morta há trinta. Paz ‘as suas almas, não as queiram acordar. 
Portugal do Estado monolítico, mono-cultural, mono-sindicalista, monocromático, monótono, mono.
Portugal dos jornalistas incompetentes, cronistas antipáticos e pivôs de telejornal que ainda cheiram a leite.
Portugal dos chineses, dos russos, dos brasileiros, os que compram a divida nacional a juros de usurário. 
Assim não vamos lá. Eu quero um futuro para o meu país, onde este pesadelo seja isso mesmo, um pesadelo. Eu quero os campos da cor do limão quero no verde e vermelho uma nova revolução.

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